Comparação de marcas: Diferentes águas minerais atendem diferentes necessidades. Marcas leves (baixo GH/KH, ex.: Bonafont) servem para aquários de água mole ou diluição, mas podem carecer de minerais essenciais – exigindo complementos – e às vezes trazem nitrato indesejado. Marcas moderadas (ex.: Minalba) fornecem um equilíbrio bom de minerais e buffer para comunitários gerais. Marcas sódicas (ex.: algumas fontes terminais ou oligominerais com Na alto) devem ser evitadas para aquários plantados, pois sódio em excesso (>20–30 mg/L) prejudica algumas plantas e pode causar stress osmótico em peixes mais delicados.
Resíduo seco e “leveza” da água: Águas com resíduo seco muito baixo (<50 mg/L) são adequadas para replicar habitats de água puríssima, porém lembre de remineralizar conforme a necessidade (animais precisam de Ca/Mg para sobreviver). Águas com resíduo alto (>300 mg/L) podem sobrecarregar o aquário com minerais supérfluos, alterando muito GH/KH – use com cautela apenas se o biótipo exigir.
Ferramenta de ajuste: Você pode misturar águas minerais de diferentes composições para atingir parâmetros específicos. Ex.: Misturar 50% de uma água GH 8 com 50% de uma GH 0 resulta ~GH 4. Isso permite fine-tuning dos parâmetros sem recorrer imediatamente à osmose reversa. Sempre calcule antes e confirme com testes depois, ajustando as proporções conforme o resultado real obtido.
Rótulo não mostra tudo: Embora detalhado, o rótulo nem sempre lista fósforo, silicato, amônia – porque estão ausentes ou irrelevantes para potabilidade. Porém, pequenas quantidades podem existir. Fique atento a sinais no aquário (ex.: surgimento de diatomáceas pode indicar silicato presente). No geral, se a água é microbiologicamente segura (isso toda mineral é) e os parâmetros químicos do rótulo estão adequados, você dificilmente terá surpresas. Use esses dados a favor do equilíbrio do seu aquário.
4. Evaporação no Aquário: O Que Entra, O Que Fica e O Que Acumula
Todo aquarista já notou o nível da água baixando aos poucos – seja em dias quentes ou ambientes secos. Essa evaporação natural do aquário retira apenas água (H₂O) em forma de vapor, deixando para trás todos os sais e compostos dissolvidos. Em outras palavras, evapora o solvente e ficam os solutos. Essa simples verdade física tem consequências importantes: se repormos a água evaporada adicionando água “dura” ou com nitratos, estamos acumulando essas substâncias no tanque ao longo do tempo. O que entra? Quando completamos a água que evaporou (reposiço de água, popularmente), idealmente deveríamos colocar água pura (como destilada ou osmose) – assim entraria só H₂O, recolocando o volume sem acrescentar novos sais. O que fica? Tudo que já estava dissolvido – carbonatos, cálcio, magnésio, cloretos, nitratos, etc. – permanece no aquário, agora em concentração maior porque o volume de água diminuiu. O que acumula? Se ao invés de água pura usarmos água com solutos na reposição, esses solutos se somarão aos que ficaram, elevando ainda mais a concentração total. Com repetidas evaporações e reposições, certos íons podem acumular indefinidamente.
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